Declaração de Propósito

Eu, Jacque Hander, estou escrevendo este livro para poder compartilhar os valores que considero importantes e responder antecipadamente às perguntas que novos membros da Resistência e da Guilda fazem todos os anos normalmente.
Um aviso: qualquer pessoa que ler esse livro e faça as mesmas perguntas receberá um tapa na cabeça (experimente isso se quiser ter boas 12 horas de sono).

"Você quer? Então lute com honra e conquiste!"

Essa foi a primeira e última lição que meu pai me ensinou.
Meu pai era capitão de um navio mercante, mas um dia foi rotulado como um pirata e enforcado.
Não tenho ideia de quando ele se tornou um pirata, mas há rumores de que, na verdade, essa foi uma manobra para eliminá-lo depois que ele não tinha mais serventia para vários lordes.
Eu trabalhei no navio do meu pai desde criança, e aprendi algo básico e fundamental sobre o mundo enquanto estava perto daqueles marinheiros brutos.
Neste mundo, os fortes fazem as regras e, quando esse sistema de regras quebrar, até mesmo o maior dos navios virará com a menor das ondas.
É por isso que decidi me tornar o homem mais forte do mundo e criar minhas próprias regras.

"Por que Entrei para a Marinha"

Quando eu tinha 12 anos, a embarcação mercante em que trabalhava foi atacada por um enorme navio pirata que apareceu do nada. Aqueles bandidos enormes embarcaram rapidamente.
A maior parte da nossa tripulação foi morta ou capturada. Enquanto os patifes reuniam os itens saqueados no convés, ocorreu um estrondo súbito e ensurdecedor, como um trovão.
O navio pirata foi instantaneamente engolido pelas chamas, sua tripulação arremessada pelos ares, gritando ou pulando no mar. Acontece que um navio da frota naval de Solisium havia disparado uma bala de canhão contra o navio pirata. Canhão. Só um. Essa cena ficou para sempre gravada em minha memória.
Adquirir a habilidade de explodir um navio pirata com um tiro virou meu objetivo de vida.

"Encontrando um Fatídico Rival"

DaVinci Aron... Suponho que poderia dizer que ele é ao mesmo tempo meu amigo, camarada e rival de longa data. Como dizem as crianças, nossa relação era "complicada". Desde a primeira vez que o vi na marinha, soube que um dia teria de vencê-lo.
Nós dois construímos nossas reputações enquanto servíamos com distinção na marinha. Fosse uma competição ou um duelo, sempre acabava em empate, mesmo que nos enfrentássemos cem vezes. Até o Rei Hortis sabia sobre nós. Fora nossos níveis de habilidades, DaVinci e eu não tínhamos nada em comum.
Ele era leal ao rei, sempre inspirava seus homens com palavras e se comportava como o comandante modelo que poderia ser visto em um livro didático. Verdade seja dita, ele era o tipo de pessoa que me tirava do sério.
Por volta dessa época, as regiões na parte sul de Solisium começaram a se livrar do jugo de seus reis ou lordes em favor de um governo autônomo. Para defender suas terras, eles organizavam suas próprias guildas ou contratavam cavaleiros mercenários.

Naturalmente, os perversos lordes locais os perseguiram ou assediaram. DaVinci e eu, que estávamos bem cientes da injustiça desses lordes, decidimos deixar a marinha e criar uma guilda com alguns oficiais leais para protegê-los. Mas não demorou muito até que alguns problemas sérios começaram a surgir. Reville usou sua própria guarda pessoal, Arkeum, para matar o Rei Hortis e assumir o controle de Solisium.
Ele até baniu o estabelecimento de guildas. Acho que ele nunca ouviu o ditado: "Não mexa com quem está quieto..."

"Embora Arkeum seja nosso inimigo em comum, não seja ingênuo a ponto de pensar que esta é uma aliança permanente!"

Lutamos contra Arkeum com nossas vidas. DaVinci cultivou sua influência em torno de Laslan, enquanto eu focava em Petrearda. Mas todas as facções opostas a Arkeum se uniram sob a bandeira da "Resistência".
O Arkeum de Reville expandiu seu poder principalmente ao subjugar os lordes regionais ou comprar influência emprestando tropas. A ofensiva de mão única de Arkeum desacelerou à medida que a Resistência ganhou mais aliados aos poucos e, finalmente, conseguimos expulsá-los de Laslan e Petrearda completamente.
As Forças Aliadas da Resistência de Laslan, comandadas por DaVinci, pressionaram pela integração de todas as guildas e insistiram que a aliança, frouxa, deveria se fundir formalmente como uma única entidade, mas eu tinha intenções totalmente diferentes.

Sem a livre competição e o esforço desesperado para alcançar o poder individual, tudo pode ser perdido novamente em um instante.
É por isso que declarei que a única maneira que entregaria o Castelo Petrearda depois de capturá-lo seria se alguém o tirasse de mim em uma luta justa.
Esqueça a centralização forçada sob algum pretexto tolo. Para mim, uma competição livre e justa é o único valor ou princípio da natureza que vale a pena considerar quando se trata de garantir a autoproteção.