ID: 3450715463
Monstros de Petrearda: Volume 2
icon Tarefa do Codex
Tipo: Coleção
Categoria: Perto do Oásis do Santuário

Monstros de Petrearda: Volume 2 1

Regente do Submundo (1)

Por Flynn Lexton

Do lado da cordilheira onde Laslan e Petrearda se encontram, há uma parte do terreno na qual parece que um enorme Verme de Areia perfurou a pedra, dentro da vasta e rochosa região noroeste do Deserto Enluarado. Essa é a rota pela qual viaja a Rainha Bellandir, a rainha dos Vermes da Areia. A área ficava originalmente no subsolo, mas parte dela foi exposta devido a muitos e muitos anos de erosão, fazendo com que pareça uma ponte em alguns lugares e um labirinto em outros. Eu queria ver essa vista magnífica com meus próprios olhos, então perguntei a um vendedor de cogumelos que frequentemente visita o Oásis do Santuário. Foi aí que eu esbarrei com um comerciante chamado Bruno.

"Não faça isso! Você não pode ir lá nunca! Eu sei. Eu perdi tudo que tinha lá e fui sortudo de voltar vivo!"

Ele me disse que a Rainha Bellandir era uma encarnação do demônio, e que ir ao habitat dos Vermes da Areia era suicídio.

"Qualquer um que sugira usar essa rota para economizar tempo com as remessas, ou que diga que há dinheiro a ser feito com as riquezas de lá, é um vigarista!"

Eu comprei uma bebida para deixar Bruno mais calmo, pois ele parecia estar quase chorando. Logo, um comerciante velho e cansado veio e sentou do lado do pobre colega, que àquele ponto já estava balbuciando de forma desconexa em direção ao seu copo de cerveja.

"Por favor, entenda a posição do Bruno. Ele costumava ser um grande comerciante que tinha cem camelos. Quem em sã consciência não ficaria afetado depois de perder tudo em um instante?"

O velho se apresentou como Diego, um comerciante ambulante com décadas de experiência no Oásis do Santuário. Foi ele quem me falou sobre a Rainha Bellandir, que engoliu os camelos e as mercadorias de Bruno, além de seus sonhos e esperanças.

Monstros de Petrearda: Volume 2 2

Regente do Submundo (2)

De acordo com um mito, muito antes de Venelux, essa região não era um deserto, mas um prado. Porém, um terrível bruxo sombrio de uma terra distante amaldiçoou o terreno, fazendo com que todos os veios de água secassem e transformando o prado em um ermo. Os bruxos de Petrearda moveram uma pedra enorme e a usaram como barragem para o veio de água envenenado. Foi assim que a Aldeia Vienta e o Castelo Petrearda foram protegidos da degradação.
Mas a perversa maldição não terminou por aí. Aranhas do tamanho de um punho se tornaram tão grandes quanto humanos e ocuparam o deserto, enquanto vermes do subsolo se tornaram tão grandes quanto casas e engoliam qualquer animal que passasse.

"No fim, as pessoas não tiveram escolha senão usar uma rota muito mais longa ao redor do deserto. Isso nos forçou a uma vida de caravanas comunitárias, algo que fazemos até hoje".

"Mas hoje em dia também há comerciantes que visitam o Formigueiro do outro lado do deserto, não? Além disso, há os mercenários que caçam Vermes da Areia".

Diego sorriu ao me escutar.

"Isso é por causa de um incidente que aconteceu por volta de uma década atrás. Desde então, as pessoas perderam o medo, atravessando pelo meio do deserto com ousadia ou desafiando abertamente os Vermes da Areia".

Por volta de uma década atrás, uma guilda chamada A Ordem do Cisne contratou um grande número de mercenários para achar um material especial. A líder era uma jovem chamada Roen, que ninguém jamais tinha ouvido falar. Ainda assim, alguns dos membros da guilda que trabalhavam para ela eram bem conhecidos. O grupo contava até com alguns heróis genuínos, tal como Clay, o aclamado gênio bruxo, e Gerad, o renomado cavaleiro de prata.

Monstros de Petrearda: Volume 2 3

Regente do Submundo (3)

"Eles atacaram o covil e caçaram os Vermes da Areia que ninguém tinha ousado sequer chegar perto antes. E então, é claro, ela apareceu".

Era Bellandir, Rainha dos Vermes da Areia. O chão se partiu conforme ela emergia, e vários membros da Resistência foram engolidos, incluindo Roen.

Mas, no momento seguinte, algo inacreditável aconteceu. Houve uma enorme rajada de luz roxa, e Roen emergiu na forma de uma fênix alada, cortando através da barriga da Rainha dos Vermes da Areia.

"Eu também não acreditaria se não tivesse visto com meus próprios olhos".

Surpreso, perguntei o que ele estava fazendo lá. Ele disse que estava viajando para vender suprimentos aos mercenários em um oásis próximo.

O velho comerciante riu e disse:

"Sobreviver como um comerciante de caravana até minha idade avançada significa saber evitar o perigo e, ao mesmo tempo, ficar próximo o suficiente dele para aproveitar a oportunidade que vem junto".

Eu definitivamente me lembro de escutar o nome Roen em algum lugar, então estava prestes a perguntar para Diego outra questão pertinente quando o velho comerciante repentinamente se levantou, fazendo um movimento com a mão como se dissesse que já tinha sido o suficiente.

Diego foi embora sem mais nem menos, levando Bruno com ele, que estava inconsciente na mesa. Todas as outras pessoas com quem conversei só sabiam me dar uma advertência atrás da outra sobre o quão perigosos eram os Vermes da Areia. Talvez a história de Diego não tenha sido nada além de um comerciante aleatório se exibindo, mas eu senti que, de algum jeito, eu ter escutado a história dele foi o destino agindo. Será possível documentar com segurança o comportamento dos Vermes da Areia sem arriscar minha vida se eu for atrás daqueles que estão buscando vingança contra as feras?
Se eu conseguir sobreviver a um encontro com um Verme da Areia, gostaria de escrever um livro e contar às pessoas sobre sua grandiosidade.

Monstros de Petrearda: Volume 2 4

Regente do Submundo (4)

Eu voltei vivo. Foi uma experiência e tanto, e eu só sobrevivi por pura sorte. Me dá vontade de guardar a história para minha autobiografia, em vez de escrevê-la em um diário de monstros.
Como eu posso expressar a grandiosidade e a presença dos Vermes da Areia? Apesar de não ter acompanhado a vingança de meus companheiros até o fim, as representações da ilustradora Regina Lehman, que me acompanhou na viagem, estão incluídas no livro.

exitlag


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